sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A Bíblia Católica





segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Bibliologia-1º ano-I.T.Q Vespasiano-Alunos de sábado à tarde e à distância

          A BÍBLIA E SUA CANONICIDADE – Bibliologia 1º ano teológico I.T.Q Vespasiano
                                    Resumo geral de canonicidade da Bíblia
                 A questão é: quando um livro pode ser considerado canônico ?       Um livro é canônico quando, desde que foi aceito pelo povo de Deus como divinamente inspirado.
O termo Cânon vem do grego “kánon”, e do hebraico “kaneh” (= regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados). Significava originalmente “vara de medir”, depois “norma ou regra” (Gl 6:16), e hoje significa “catálogo de uma revelação completa e divina”.
O termo  cânon encontra-se em três passagens do N.T.: Gl 6:16, Fp 3:16 e 2 Co 10:13-17. A inspiração diz respeito à ação divina no ato do registro escrito, garantindo o resultado fiel.
Entretanto, a canonização do Texto diz respeito à ação humana, reconhecendo a qualidade divina do material.
A “canonização” de um livro não significa que homens lhe concederam autoridade e inspiração divina, mas sim que homens formalmente oficializaram o que sempre foi reconhecido como inspirado por Deus [com base e suficiencia].
O  processo de reconhecimento se deu no seio da comunidade da Fé — a comunidade hebraica, quanto ao A.T., e a comunidade cristã (igreja primitiva), quanto ao N.T.
A canonização tem tudo a ver com a preservação do Texto, pois, a comunidade da Fé só iria se preocupar em transmitir e proteger os livros “canônicos”, tidos como inspirados. A parte humana na transmissão do Texto fica patente, mas será que houve ação divina também, protegendo o Texto (a exata redação do Texto)?     Se o Criador quis que Sua revelação chegasse intacta, ou pelo menos de forma íntegra e confiável, até o século XX e seguintes, fatalmente teria que vigiar o processo da transmissão através dos séculos. Teria que proibir a perda irrecuperável de qualquer parte genuína, bem como a inserção indetectável de material espúrio.
                                   A Formação do Cânon do Antigo Testamento
         O Cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de -/+ 1046 anos – de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. O cânon das Escrituras do V. T. foi encerrado por Esdras e seus companheiros piedosos, que formaram a Grande Sinagoga (120 membros, segundo a literatura judaica), cerca de 445 anos a.C. (Ed 7:10, 14).
       Os livros do Antigo Testamento formaram o Cânon de maneira lenta e gradual, à medida que iam sendo credenciados, como inspirados por Deus, perante o povo comum, seus líderes, seus profetas e sacerdotes.
            A história da formação do Velho Testamento começa com Moisés, que recebeu a revelação divina em várias formas e depois a transcreveu em livros. Ele os redigiu usando livros, tradição oral, oráculos recebidos diretamente de Deus, além do fato de que participou de toda a história narrada entre Êxodo e Deuteronômio (Nm 33:2). Ele recebeu ordens expressas de escrever (Êxodo 17:14; 24:4, 7; 34:27-28). Relatou os acontecimentos da época.     No fim de sua vida, com os cinco primeiros livros praticamente terminados, já tinha perfeita percepção de que estes livros se tornariam normativos para o povo: seriam “o Livro da Lei”, os cinco primeiros livros (Pentateuco) (t 28:58, 61; 29:20-29; 30:10; 31:9-13, 19, 22, 24-26)   Devemos lembrar que Moisés viveu com o povo de Israel por quarenta anos no deserto, e teria não somente tempo, mas conhecimento e condições para escrever.
       Durante a época de Moisés e depois dele, outros profetas continuaram sua obra oral e escrita (Nm 12:6; Dt 18:15-22; 34:10; Jz 4:4; 6:8). Os sacerdotes e levitas foram encarregados de guardar, colecionar e copiar os livros do V. T. O Tabernáculo e depois, o Templo, eram o centro de reunião dos materiais inspirados. Os profetas guardavam as obras na Arca (“perante o Senhor”) (Dt 17:18-20; 31:9-13, 24-29; Js 24:26; 1 Sm 10:25; 2 Rs 22:8; 23:24; Js 24:26).
        Os livros estavam disponíveis aos líderes da nação e do sacerdócio. Caso eles fossem também profetas, como era o caso de Josué, eles também acabariam por escrever algo ou até uma obra inteira que seria incorporada à coleção de livros sagrados (Josué 1:8; 24:26). O período da conquista da terra de Canaã e também dos Juízes, evidencia a presença dos livros pela prática dos seus ensinos: a aliança foi lembrada (Jz 2:1-5) e alguns rituais foram praticados (Jz 13:2-7,13-14).      Samuel, como “primeiro profeta”, tratou de dar impulso à historiografia profética (1 Sm 10:25; 1 Cr 29:29). Os profetas foram os historiadores de Israel: eles narravam os acontecimentos, privilegiando os assuntos que interessavam ao desenvolvimento dos propósitos de Deus para o seu povo (2 Crônicas 9:29; 12:15; 13:22; 20:34; 26:22; 32:32; 33:18, 19) No período dos reis e profetas, bastante material já estava centralizado no Templo de Jerusalém (2 Crônicas 34:14-18; Jeremias 36). Os reis Davi, Salomão, Josias, Ezequias e os vários profetas são escritores ou divulgadores dos livros bíblicos. Os reis deviam sempre obedecer à Lei (2 Reis 14:6). O sacerdote Hilquias achou “o Livro da Lei” (2 Rs 22:8-10). Neemias achou “o Livro dos Judeus” (Ne 7:5).
        Os textos de alguns livros foram sendo compilados durante o período dos reis. A frase final do Salmo 72.20 mostra que houve uma época em que a coleção dos Salmos terminava ali. Depois ela foi ampliada. Da mesma forma, Provérbios 25:1 mostra que o livro de Provérbios foi ampliado.
        Os profetas pregaram e escreveram suas obras (Is 30:8; Jr 25:13; 29:1; 30:2, 36:1-32; 51:60-64; Ez 43:11; Hc 2:2; Dn 7:1; 2 Cr 21:12). Eles sabiam que estavam deixando suas obras para o futuro e até as enviaram para outros lugares (Jr 29:1; 36:1-8; 51:60-61; 2 Cr 21:12). Liam, citavam e usavam as obras uns do outros (Is 2:1-5 e Mq 4:1-5 / Jr 26:18 cita Mq 3:12), atestando a existência da coleção de livros inspirados (Dn 9:2). Entendiam que seus livros se tornariam obra de referência e consulta no futuro (Is 34:16; Dn 12:4).  Este material inspirado foi levado ao exílio e à dispersão (Dn 9:2), quando os judeus foram deportados da Palestina. Talvez tenha sido trazido de volta por aqueles que iriam iniciar a religião dos samaritanos (2 Rs 17:24-41). Mas, o grande retorno da lei à (região hoje conhecida como) Palestina ocorreu com Esdras, sacerdote e grande escriba (Ed 7; Ne 8-10). O oficio de Esdras como sacerdote e levita mostra que, no Velho Testamento, os sacerdotes eram os que centralizaram e preservaram o Velho Testamento.
           Os últimos profetas a escrever (Ageu, Zacarias e Malaquias) tiveram suas obras reconhecidas e incorporadas no Velho Testamento, assim também, os últimos livros históricos tais como Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.     Nos últimos anos do período incluso no Cânon, cinco grandes homens de Deus viveram simultaneamente numa época de profundo despertamento religioso, a saber: Esdras, Neemias, Ageu, Zacarias e Malaquias, sendo Esdras, dos cinco, o mais hábil e versátil.   Foi este poderoso sacerdote-escriba que, segundo a tradição judaica, presidiu a chamada Grande Sinagoga, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando, dessa maneira, o Cânon das Escrituras do Antigo Testamento (Ed 7:10, 14). A Esdras é atribuído também a tríplice divisão do Cânon hebraico (A Lei, Os Profetas e os Escritos).
Ao encerramento do V. T. (isto é, ao terminar de ser escrito o seu último livro [Neemias ou Malaquias] no século V antes de Cristo) foi reconhecido por TODOS os crentes fiéis que o cânon do V. T. (isto é, a coleção dos 39 livros que o constituem) estava encerrado para sempre, e incluía o livro de que falamos.
O VELHO TESTAMENTO é canônico, porque sempre foi reconhecido como inspirado por Deus:
• A Lei sempre foi reconhecida como canônica: Dt 17:18-20; 31:10-13, 2426; Js 1:8; 1 Rs 11:38; 2 Rs 22:8; 23:1-2; Ne 1:7-9; Ed 3:2.
• Os Profetas/Escritos sempre foram reconhecidos como canônicos: 2 Rs 17:13; Dn 9:2; Mt 22:29; 23:35; Lc 24:44; Jo 5:39; 10:35; 2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20-21.
                            OBJEÇÕES À CANONICIDADE DO ANTIGO TESTAMENTO
1ª. OBJEÇÃO: As 3 divisões do V.T. (Lei, Profetas, Escritos) implicam 3 “campanhas humanas concedendo autoridade”.
REFUTAÇÃO: Não há sequer uma prova disto! As divisões são pelas naturezas dos assuntos/escritores. Em Israel o divino se tornava aceito, e não o aceito se tornava divino! 2 Rs 22:8; 23:1-2; Ne 8:1-3 não são outorgamentos, mas sim reconhecimentos da inspiração divina.
2ª. OBJEÇÃO: Os Livros de Eclesiastes e Cantares de Salomão ainda eram duvidados por alguns até depois do Concilio de Jamnia (90 d.C.), portanto o cânon do V.T. ainda estava   em aberto até cerca de 200 d.C.
REFUTAÇÃO: No Concilio de Jamnia, os judeus apenas discutiram sobre alguns livros e apenas RATIFICARAM o que já era canônico. Exigir unanimidade absoluta, o que se quer é nunca ter um cânon autoritativo e final! Os eruditos judeus sempre mantiveram que, já em 445 a.C., no reino de Artaxerxes Longânimo, Esdras “juntou, ordenou e publicou” o V.T. na sua forma final, como o conhecemos. Josephus (80 d.C.) corrobora isto e usa cânon e divisões Massoréticas. Esdras é chamado de “o escriba” (Ne 8:1, 4, 9, 13; 12:26, 36), “escriba versado na lei de Moisés” (Ed 7:6), e “o escriba das palavras dos mandamentos e dos estatutos do Senhor sobre Israel” (Ed 7:11).
3ª. OBJEÇÃO: os apócrifos figuram na Septuaginta.
REFUTAÇÃO: Mas nunca no cânon judaico!
                                   Classificação Técnica do Antigo Testamento

Estudiosos de eras posteriores, nem sempre totalmente conscientes dos fatos a respeito da aceitação original do cânon, tornavam a levantar dúvidas sobre certos livros.
Com isso, surgiu a terminologia técnica, conforme vemos abaixo:
A. HOMOLOGOUMENA (falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos.
A canonicidade de alguns livros jamais foi desafiada por nenhum dos grandes rabinos da comunidade judaica. Desde que alguns livros foram aceitos pelo povo de Deus como documentos produzidos pela mão dos profetas de Deus, continuaram a ser reconhecidos como detentores de inspiração e de autoridade divina pelas gerações posteriores.
34 dos 39 livros do Antigo Testamento podem ser classificados como “homologoumena”. Os cinco excluiveis seriam: Cantares de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios.
B. ANTILEGOMENA (falar contra). São os livros bíblicos que em certa ocasião foram questionados por alguns.    A canonicidade de 5 livros do Antigo Testamento foi questionada numa ou noutra época, por algum mestre do Judaismo: Cantares de Salomão, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios. Cada um deles se tornou controvertido por razões diferentes; todavia, no fim prevaleceu a autoridade divina de todos os cinco livros.          Cantares de Salomão: Alguns estudiosos da escola de Shammai  consideravam esse cântico como sendo sensual em sua essência. Porém, é mais provável que a pureza e a nobreza do casamento façam parte do propósito essencial desse livro. É preciso ver esse livro da perspectiva espiritual correta. A figura do casal, neste livro, representa Cristo e igreja (2 Co 11:2; Ef 5:25-29).    Eclesiastes: Alguns objetaram que esse livro parece cético. Alguns até o chamam de “O Cântico do ceticismo”. Qualquer pessoa que procure a máxima satisfação “debaixo do sol”, com toda a certeza há de sentir as mesmas frustrações sofridas por Salomão, visto que a felicidade eterna não se encontra neste mundo temporal.
Além do mais, a conclusão e o ensino genérico desse livro estão longe de ser céticos. Depois “de tudo o que se tem ouvido”, o leitor é admoestado: “a conclusão é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos, pois isto é todo o dever do homem” (Ec 12:13).
Assim como o livro Cantares de Salomão, o problema básico é de interpretação do texto e não de canonização ou inspiração.
Ester: Pela ausência do nome de Deus neste livro, alguns pensaram que ele não fosse inspirado. Perguntavam como podia um livro ser Palavra de Deus, se nem ao menos trazia o Seu nome. (YHWH).  Porém, uma coisa é certa: a ausência do nome de Deus é compensada pela presença de Deus na preservação de Seu povo. (Ver Et 4:14).   O fato de Deus haver concedido grande livramento, como narra o livro, serve de fundamento e razão da festa judaica do Purim (Et 9:26-28). Basta este fato para demonstrar a autoridade atribuída ao livro, dentro do Judaísmo.
Ezequiel: Alguns na escola rabínica pensavam que esse livro era antimosaico em seu ensino. Achavam que o livro não estava em harmonia com a lei mosaica. No entanto, essa tese não prevaleceu e demonstrou mais uma vez ser uma questão de interpretação e não de inspiração.
Provérbios: Achavam-no um livro contraditório (Pv 26:4-5). Achavam contraditório o leitor ser exortado a responder e ao mesmo tempo não responder. Todavia, o sentido aqui é que há ocasiões em que o tolo deve receber resposta de acordo com sua tolice, e em outras ocasiões isso não deve ocorrer. Porém, nenhuma “contradição” ficou demonstrada em nenhuma passagem de Provérbios.
É importante frisar que a Bíblia em momento algum é contraditória, pois é a   Palavra de Deus (Infalível). O que “parece” contradição é erro de interpretação humana.
C. PSEUDEPÍGRAFOS (falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos.
     Grande número de documentos religiosos espúrios que circulavam entre a antiga comunidade judaica são conhecidos como “pseudepígrafos”. Nem tudo nesses escritos é falso. De fato, a maior parte desses documentos surgiu de dentro de um contexto de fantasia ou tradição religiosa, possivelmente com raízes em alguma verdade. Com freqüência, a origem desses escritos estava na especulação espiritual, a respeito de algo que não ficou bem explicado nas Escrituras canônicas.
         As tradições especulativas a respeito do patriarca Enoque, por exemplo, sem dúvida são a raiz do livro de Enoque. De maneira semelhante, a curiosidade a respeito da morte e da glorificação de Moisés, sem dúvida se acha por trás da obra Assunção de Moisés.
          No entanto, essa especulação não significa que não exista verdade nenhuma nesses livros. Ao contrário, o Novo Testamento se refere a verdades implantadas nesses dois livros (vide Jd 14,15) e chega a aludir à penitência de Janes e Jambres (2 Tm 3:8). Entretanto, esses livros não são dotados de autoridade, como Escrituras  inspiradas. Paulo também citou alguns poetas não-cristãos, como Arato (At 17:28), Menânder (1 Co 15:33 traz uma linha do poema grego “Taís de Alexandre”) e Epimênides (Tt 1:12). (Nm 21:4; Js 10:13; 1 Rs 15:31).    Trata-se tão somente de verdades verificáveis, contidas em livros que, em si mesmos, nenhuma autoridade divina têm. É importante que nos lembremos que Paulo cita apenas aquela faceta da verdade, e não o livro pagão como um todo, como conceito a que Deus atribuiu autoridade e fez constar no Novo Testamento.
    A verdade é sempre verdade, não importa onde se encontre, quer pronunciada      por um poeta pagão, quer por um profeta pagão (Nm 24:17), por um animal   irracional e mudo (Nm 22:28) ou mesmo por um demônio (At 16:17). (Caifás – Jo 11:49).
    É possível que o fato mais perigoso a respeito desses falsos escritos (pseudepígrafos) é que alguns elementos da verdade são apresentados com palavras de autoridade divina, num contexto de fantasias religiosas que, em geral, contem heresias teológicas.
          A infundada reivindicação de autoridade divina, o caráter altamente fantasioso dos acontecimentos e os ensinos questionáveis (e até mesmo heréticos) desses livros levaram os pais do Judaísmo a considerá-los espúrios (pseudepígrafos).
1. Lendários: O livro do Jubileu; Epístola de Aristéias; O livro de Adão e Eva; O martírio de Isaías
2. Apocalípticos: 1 Enoque; Testamento dos doze patriarcas; O oráculo sibilino; Assunção de Moisés; 2 Enoque, ou O livro dos segredos de Enoque; 2 Baruque, ou O apocalipse siríaco de Baruque (*); 3 Baruque, ou O apocalipse grego de Baruque.
3. Didáticos: 3 Macabeus; 4 Macabeus; Pirque Abote; A história de Aicar.
4. Poéticos: Salmos de Salomão; Salmo 151 (consta na Septuaginta).
5. Históricos: Fragmentos de uma obra de Sadoque
                                                                        OBSERVAÇÂO
      1 Baruque está relacionado entre os apócrifos.
2. Há outros livros, sendo que alguns foram descobertos entre os manuscritos do Mar Morto, tais como: Gênesis apócrifo e Guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevas, dentre outros.
D. APÓCRIFOS (escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns, mas rejeitados por outros. Pelos católicos romanos são conhecidos como Deuterocanônicos (= 2° Cânon). Foram acrescentados às Escrituras (Dt 4:2, 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19).
     Na realidade, os sentidos da palavra apocrypha refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, tomou o sentido de esotérico, ou algo que só os iniciados (não os de fora) podem entender.
     Pela época de Ireneu e Jerônimo (séc. III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como “pseudepígrafos”.    Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário. Periodo interbíblico de 400 anos entre o V.T  e o N.T .
     O Novo Testamento jamais cita um livro apócrifo indicando-o como inspirado. As alusões a tais livros não lhes emprestam autoridade, assim como as alusões a poetas pagãos não lhes conferem inspiração divina. Aliás, desde que o N.T. faz citações de quase todos os livros canônicos do A.T. e atesta o conteúdo e os limites desse Testamento (omitindo os apócrifos) parece estar claro que o N.T. indubitavelmente exclui os apócrifos do cânon hebraico.
Os apócrifos não foram aceitos pelos judeus palestinos, zelosos preservadores dos ensinos bíblicos que não estiveram sujeitos às influências helenizantes dos judeus de Alexandria, muitos dos quais (mas não todos) acatavam tais livros como de origem divina, como Palavra de Deus.    Aliás, toda a problemática de aceitação da canonicidade desses livros envolve exatamente o grande centro da cultura grega no Oriente, a cidade de Alexandria. Os judeus ali sofreram grande influência da filosofia grega, e houve até um destacado intelectual judeu, Filo, que se empenhou por fundir o Judaísmo com os conceitos gregos, que o empolgavam.
         Jesus Cristo Se referiu à Bíblia Sagrada na Sua oração sacerdotal a Seu Pai dizendo: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17:17). Como poderiam obras cheias de conceitos que se chocam com os claros ensinos de apóstolos e profetas, além de crendices supersticiosas, lendas, inexatidões históricas e até mentiras qualificar-se como essa verdade de divina inspiração?  Não os declarou em Lucas 41:21 !
       O Concílio de Trento, 1546, reagiu a Lutero, canonizando os livros apócrifos, com o voto de 53 prelados sem conhecimentos históricos destacados sobre documentos orientais, encontrando oposição de grandes homens como o cardeal Polo que afirmou que assim o Concílio agiu a fim de dar maior ênfase às diferenças entre católicos romanos e os evangélicos. Outro destacado líder católico, Tanner afirmou que a igreja católica romana encontrou nesses livros o seu próprio espírito (apud Introdução ao Antigo Testamento, Dr. Donaldo D. Turner, IBB).
      A ação do Concílio não foi apenas polêmica, foi também prejudicial, visto que nem todos os 14 (15) livros apócrifos foram aceitos pelo Concílio.
     A Oração de Manassés e 1 e 2 Esdras [3 e 4 Esdras dos católicos romanos; a versão de Douai denomina 1 e 2 Esdras, respectivamente, os livros canônicos de Esdras (1 Ed) e Neemias (2 Ed)] foram rejeitados.
      A rejeição de 2 Esdras é particularmente suspeita, porque contém um versículo muito forte contra a oração pelos mortos (2 Esdras 7.105). Aliás, algum escriba medieval havia cortado essa seção dos manuscritos latinos de 2 Esdras, sendo conhecida pelos manuscritos árabes, até ser reencontrada outra vez em latim por Robert L. Bentley, em 1874, numa biblioteca de Amiens, na França.
O cânon do Antigo Testamento até a época de Neemias compreendia 22 (ou 24) livros em hebraico, que, nas bíblias dos cristãos, seriam 39, como já se verificara por volta do século IV a.C. As objeções de menor monta a partir dessa época não mudaram o conteúdo do cânon.           Foram os livros chamados apócrifos, escritos depois dessa época, que obtiveram grande circulação entre os cristãos, por causa da influência da tradução grega de Alexandria (Septuaginta), que os incluiu.    Com exceção de 2 Esdras (escrito em 100 d.C.), esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus (o chamado “período    intertestamentário”) e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo.
No entanto, até a época da Reforma Protestante esses livros não eram considerados canônicos. A canonização que receberam no Concílio de Trento não recebeu o apoio da história. A decisão desse concílio foi polêmica e eivada de preconceito.
3.                                         Localização Histórica dos Apócrifos
Os apócrifos foram produzidos entre o 3º e 1º século a.C. (com o cânon já definido), no período intertestamentário, com exceção de 2 Esdras (escrito em 100 d.C.).
A cultura gentia os assimilou (o cânon de Alexandria). O historiador Josefo, os judeus e a Igreja cristã rejeitaram.    A LXX (Septuaginta) os incluiu como adendo (seguindo o cânon alexandrino). No Concílio de Cártago, em 397 d.C. foram considerados próprios para a leitura. O Concílio Geral de Calcedônia, 451 d.C., negou-os.
Foram colocados no cânon em uma sessão em 08 de Abril de 1546, no Concílio de Trento, com 5 cardeais e 48 bispos, apenas, e não foi por unanimidade.    Em 1827, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira os excluiu da Bíblia (não os editando nem mesmo como adendo). Desde então esta é a postura protestante.
  4.                                     Razões da Rejeição dos Apócrifos
        1. O Velho Testamento já estava produzido.
       2. A maioria dos apócrifos foi produzida em grego.
       3. Prevaleceu para os judeus o cânon palestiniano.
                                                        OBSERVAÇÂO
1. Jamais foram incluídos no cânon pelas autoridades reconhecidas: As maiores e mais reconhecidas autoridades judaicas nunca reconheceram os apócrifos: Esdras (o profeta, que “juntou, ordenou e publicou” o V. T. na sua forma final e como o conhecemos); os fariseus; Josephus (o historiador judeu, provavelmente o maior historiador de todos os tempos); os pais da igreja primitiva; etc.
2. Jamais foram aceitos pelos judeus.
3. Só em 08 de abril de 1546, no Concílio de Trento, a igreja romana os declarou canônicos, mas só em reação à Reforma Protestante.
4. Jamais foram citados por Jesus Cristo ou por nenhum outro escritor da Bíblia. (Judas cita dois pseudepígrafos, mas não parece lhes ceder declaradamente o conceito de inspirados).
5. Nenhum livro apócrifo alega ser inspirado (na realidade, alguns deles ADMITEM não ser inspirados – Macabeus 15:38).
6. Alguns apócrifos têm incontornáveis erros históricos e geográficos.
7. Alguns apócrifos ensinam doutrinas falsas e que contradizem a Bíblia como um todo (Macabeus 12:43-46 ensina que podemos e devemos orar pelos mortos. A Bíblia como um todo ensina que não adianta) Ver 2 Ed 7.105.
                   Alguns erros ensinados pelos apócrifos – Refutação dos canônicos
Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-9 Isaías 63:8; Oséias 4:2
Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6 Provérbios 25:21-22
Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judite 8:5-6 Mateus 4:1-2
Deus dá espada para Simeão matar siquemitas, Judite 9:2 Gênesis 34:30; 49:5-7
Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 e Eclesiástico 3:30 1 Pedro 1:18-19
Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8 Atos 16:18
Nabucodonossor foi rei da Assíria, em Nínive. Judite 1:1 Daniel 1:1
Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3 1 Pedro 1:18-19
Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16 Tiago 5:14-16
Antíoco morre de três maneiras. 1 Macabeus 6:16; 2 Macabeus 1:16; 9:28 Isaías 63:8; Mateus 5:37
Recomenda a oferta pelos mortos. 2 Macabeus 12:42-45 Eclesiastes 9:5-6
Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14 1 João 1:7; Hebreus 9:27
O suicídio é justificado e louvado. 2 Macabeus 14:41-46 Êxodo 20:13
5.                                     Como os Livros Apócrifos Foram Aprovados
    A igreja romana aprovou os apócrifos em 08 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma Protestante. Nessa época, os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viam nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como “canônicos”.
    Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também depois. Nesse tempo, os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O biblicista católico John L. Mackenzie em seu “Dicionário Bíblico”, sob o verbete Cânone, comenta que no Concílio de Trento houve várias “controvérsias notadamente candentes” sobre a aprovação dos apócrifos. Mas o cardeal Pallavacini, em sua “História Eclesiástica” declara mais nitidamente que, em pleno Concilio, 40 bispos    dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrando às barbas e batinas uns dos outros.  Foi nesse ambiente “espiritual”, que os apócrifos foram aprovados. A primeira edição da Bíblia (“versão”) católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII. Os Reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e Novo Testamentos, não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário histórico. Isto continuou até 1629.
6.                                                 A Vulgata de Jerônimo
     O arranjo da Vulgata (versão latina oficial da Igreja católica romana, desde o Concílio de Trento) completa em 450 depois de Cristo, mas aceita plenamente em cerca de 650 depois de Cristo, em geral, segue a LXX, só que 1 e 2 Esdras são iguais a Esdras e Neemias, e as partes apócrifas (3 e 4 Esdras), tanto como a Oração de Manassés, são colocados no fim do Novo Testamento. Os Profetas Maiores são colocados antes dos Profetas Menores. É uma tradução do Hebraico para o Latim, língua oficial do império romano.
    Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, em Belém (a pedido do papa Dâmaso I), incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da antiga versão latina de 170, porque lhe foi ordenado, mas indicou que os mesmos não poderiam ser base de doutrinas.
    Os livros são: 1 Esdras, 2 Esdras, Tobias, Judite, Adição a Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, Adições a Daniel (Cântico dos 3 Rapazes, História de Susana, Bel e o Dragão), Oração de Manassés, 1 Macabeus, 2 Macabeus.
7.                                                  A Versão Católica-Romana
      Seguindo a Vulgata que traduziu da LXX (Septuaginta), com exceção de Oração de Manassés, o cânon católico incorporou os apócrifos após a Reforma. Quando a Vulgata os inseriu, distinguiu-os dos canônicos. Aos apócrifos, chamou de deuterocanônicos, isto é, livros do “segundo cânon” (eclesiásticos).    Na versão de edição Católico-Romana, há um total de 73 livros, sendo 7 apócrifos, além de 4 acréscimos ou apêndices a livros canônicos, sendo assim um total de 11 escritos apócrifos: Tobias (após Esdras); Judite (após Tobias); Sabedoria de Salomão (após Cantares); Eclesiástico (após Sabedoria de Salomão); Baruque -incluindo a Epístola a Jeremias (após Lamentações); 1 Macabeus (após Ester); 2 Macabeus (após 1 Macabeus). São os seguintes os apêndices apócrifos: Acréscimos a Ester (Et 10:4 – 16:24); acréscimos a Daniel: (Cântico dos três rapazes – Dn 3:24-90; História de Suzana – Dn 13; Bel e o Dragão – Dn 14).
      Além disso, as bíblias católicas possuem livros canônicos com nomenclatura diferenciada  da empregada nas edições evangélicas. No entanto, esta diferença não tem importância. Mas , entanto é bom conhecê-las:
BÍBLIA EVANGÉLICA BÍBLIA CATÓLICA
1, 2 Samuel                     1, 2 Reis
1, 2 Reis                     3, 4 Reis
1, 2 Crônicas                  1, 2 Paralipômenos

Esdras e Neemias       1, 2 Esdras
Lamentações de Jeremias Trenos
      Como podemos ver estas diferenças são apenas de nomes, mais ou menos apropriados e que para todos eles existem justificativas históricas e tradicionais. Existem também diferenças na numeração dos Salmos:
BÍBLIA EVANGÉLICA BÍBLIA CATÓLICA
Sl 9                                     Sl 9,10
Sl 10 – 112                      Sl 11 – 113
Sl 113                                     Sl 114, 115
Sl 114 – 115                         Sl 116
Sl 116 – 145                     Sl 117-146
Sl 146 – 147                        Sl 147
Sl 148 – 150                    Sl 148 – 150
           Os 39 livros do nosso Antigo Testamento os católicos denominam protocanônicos (primeiro cânon), os livros que nós chamamos apócrifos (espúrios), eles chamam de deuterocanônicos (segundo cânon) e os livros que nós chamamos pseudepígrafos (sem autor definido), eles chama de apócrifos. (Os pseudepígrafos, não aparecem em nenhuma Bíblia de edições católica ou protestante).

    8.                                A Formação do Cânon do Novo Testamento
         A história do cânon do N.T.é difere da do A.T. em dois aspectos principais:
1.     O Cristianismo (N.T.) foi desde o começo uma religião internacional e não restrita a um só povo, como no caso do período do A.T. (restrito aos judeus), não havia comunidade profética fechada que recebesse os livros inspirados e os coligisse (colecionasse) em determinado lugar, etc. Por isto, o processo mediante o qual todos os escritos apostólicos se tornassem universalmente aceitos levou muitos séculos. Felizmente, há mais manuscritos do Novo Testamento do que do Antigo Testamento.
2. Uma vez que as discussões resultaram no reconhecimento dos 27 livros canônicos do N. T., não mais houve movimentos dentro do Cristianismo, no sentido de acrescentar ou eliminar livros.   O cânon do N. T. encontrou acordo geral no seio da igreja universal. Não há N. T. com apócrifos.
                                    9. A Progressão do Cânon do Novo Testamento
      Desde o início, havia escritos falsos, não-apostólicos, em circulação (Lc 1:1-4; 2 Ts 2:2; 2 Ts 3:17).  No início da igreja primitiva (século I), havia um processo seletivo em operação. Toda e qualquer palavra a respeito de Cristo, oral ou escrita, era submetida ao ensino dos apóstolos (1 Jo 1:3; 2 Pe 1:16).    Era o “cânon vivo” das testemunhas oculares, mediante o qual os escritos vieram a ser reconhecidos.
    Os primeiros cristãos (igrejas) iam recebendo, lendo e colecionando as cartas apostólicas, cheias de autoridade divina, lançando assim o alicerce de uma coleção crescente de documentos inspirados (Circulação das Cartas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16; 1 Pe 1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3). As igrejas, assim, estavam envolvidas em um processo iniciante de canonização.
     Os cristãos eram admoestados a ler continuamente as Escrituras (1 Tm 4:11, 13). A única maneira pela qual se poderia realizar isto no seio de um número crescente de igrejas era fazer cópias, de tal sorte que cada igreja ou grupo de igrejas tivesse sua própria compilação de escritos autorizados.    Essa aceitação original de um livro, o qual era autorizadamente lido nas igrejas, teria importância crucial para o reconhecimento posterior de um livro canônico.    Assim, o processo de canonização estava em andamento desde o início da igreja. As primeiras igrejas foram exortadas a selecionar apenas os escritos apostólicos fidedignos. Desde que determinado livro fosse examinado e dado por autêntico, fosse pela assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido na igreja e depois circulava entre os crentes de outras igrejas.
     As coletâneas desses escritos apostólicos começaram a tomar forma nos tempos dos apóstolos. Pelo final do século I, todos os 27 livros do N. T. haviam sido recebidos e reconhecidos pelas igrejas cristãs como divinamente inspirados. O cânon estava completo, e todos os livros haviam sido reconhecidos pelos crentes de outros lugares.   Por causa da multiplicidade dos falsos escritos e da falta de acesso imediato às condições relacionadas ao recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon prosseguiu durante vários séculos, até que a Igreja finalmente reconheceu a canonicidade dos 27 livros do N. T.
Logo após a primeira geração, passada a era apostólica, todos os livros do N. T. haviam sido citados por algum pai da igreja, como dotados de autoridade. Por sinal, dentro de 200 anos depois do século I, quase todos os versículos do N. T. haviam sido citados em uma ou mais das mais de 36 mil citações dos pais da igreja.     Uma tradução do N. T. (Antiga siríaca) circulou na Síria pelo fim do século IV, representando um texto que datava do século II e incluía os livros do N. T., exceto 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.    Atanásio, o “Pai da Ortodoxia”, relaciona com clareza todos os 27 livros do N. T. como canônicos (Cartas, 3,267,5).
Em fim ! O processo de compilar (colecionar) os escritos apostólicos confiáveis iniciou-se nos tempos do N. T. No século II, houve exame desses escritos mediante a citação da autoridade divina de cada um dos 27 livros do N. T. No século III, as dúvidas e as objeções a respeito de determinados livros prosseguiram, culminando nas decisões dos pais da igreja e dos concílios influentes do século IV.
10.                            Fatores que Influenciaram a Igreja no Cânon do Novo Testamento
Alguns fatores influenciaram para que a igreja primitiva definisse de vez a lista dos livros canônicos do N. T.    Márcion (ou Marcião) foi um herege gnóstico (150 d.C.) que, dentre outras coisas, fez uma lista de livros a serem aceitos. Rejeitou todo o Velho Testamento por considerá-lo obra de um “deus inferior”. Sua lista de livros bíblicos incluiu: uma versão resumida de Lucas (retirando os primeiros capítulos por serem muito judaicos) e mais dez epístolas de Paulo (as chamadas “Pastorais” não foram aceitas por lhe serem contrárias, assim como todas as outras). Chamou “Efésios” de “Laodicenses”.  Sua rejeição dos livros bíblicos forçou as igrejas a tomarem uma posição explícita sobre estes livros. De fato, a rejeição dos livros prova que já havia um consenso, mas a igreja se tornou mais consciente deste consenso na luta contra a heresia. As heresias levaram à defesa da fé. Afinal, “os germes estimulam a formação de anticorpos”.
Na segunda metade do segundo século, o Novo Testamento já foi considerado par do Antigo. Começam os comentários, trabalhos literários e traduções do Novo Testamento. As traduções para o Latim antigo e para o Siríaco neste período já incluem todo o Novo Testamento, exceto 2 Pedro na versão Siríaca.    A heresia de Marcião e de Montano, bem como os movimentos gnósticos, contribuíram para a aceleração do processo de reconhecimento dos livros inspirados; uma vez que Marcião negava muitos livros. Montano alegava ter novas revelações e os gnósticos buscaram produzir sua literatura “superior”.
Outros fatores que influenciaram foram as perseguições do imperador romano Diocleciano (302-305 d.C.). De acordo com o historiador cristão Eusébio, houve um edito imperial da parte de Diocleciano (303 d.C.), ordenando que “as Escrituras fossem destruídas pelo fogo”.
A perseguição motivou um exame sério da questão dos livros canônicos, quais eram realmente canônicos e deveriam ser preservados.    É sabido que, traiçoeiramente, mesmo durante a vida dos apóstolos, no século I, já havia algumas pessoas que insinuavam a existência de uma ou outra corrupção na Palavra de Deus.    Livros falsificados, quer totalmente (como a Epístola de Hermas, de Barnabé, etc.), quer parcialmente, já tentavam se insinuar nas igrejas, mesmo durante a vida dos apóstolos. O apóstolo Paulo já advertia:
“Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.” (2 Coríntios 2:17).
“Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.” (2 Tessalonicenses. 2:2).    Mas ninguém pode deixar de ver e se esquivar de reconhecer que todas estas corrupções do século I e todas as poucas corrupções subseqüentes foram totalmente rejeitadas pela massa das igrejas. Particularmente, os textos dos pouquíssimos manuscritos alexandrinos (séculos IV em diante) em que todo o TC se edifica foram totalmente rejeitados pelo total da enorme massa das igrejas e jamais foram copiados e usados para qualquer coisa. (Usamos o plural “textos” porque cada um destes manuscritos alexandrinos difere terrivelmente dos outros, em muitos milhares de pontos. Diferem mais entre si do que diferem do TR.).  Podemos resumir dizendo que a grande maioria dos livros do N. T. jamais sofreu polêmicas quanto à sua inspiração desde o início. Certos livros não-canônicos, que gozavam de grande prestígio, que eram muito usados e que tinham sido incluídos em listas provisórias de livros inspirados, foram tidos como valiosos para emprego devocional e homilético, mas nunca obtiveram reconhecimento canônico por parte da igreja.
Só os 27 livros do N. T. são tidos e aceitos como genuinamente apostólicos e encontraram lugar no cânon do Novo Testamento.   Assim, podemos dizer que, logo no mais tenro início, no primeiro e segundo século do Cristianismo, ocorreu a canonização (no sentido de “reconhecimento informal e consensual, pela grande massa das igrejas locais fiéis”).
Também podemos dizer que, ao final do século IV, ocorreu a canonização (no sentido de “declaração formal e oficial da grande massa de igrejas locais, mesmo que já não totalmente locais e nem todas fiéis, posto que o Romanismo já se desenvolvia, Roma já se impunha, ainda que o Romanismo ainda tivesse muito em que degenerar”).
11.                                Classificação Técnica do Novo Testamento
A. HOMOLOGOUMENA (falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos.
Em geral, 20 dos 27 livros do N. T. foram aceitos por todos. Exceto: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse. Outros três livros, Filemom, 1 Pedro e 1 João, foram omitidos, não questionados.
B. ANTILEGOMENA (falar contra). São os livros bíblicos que em certa ocasião foram questionados por alguns.
    De acordo com o historiador cristão Eusébio, houve 7 livros cuja autenticidade foi questionada por alguns dos pais da igreja, e por isto ainda não haviam obtido reconhecimento universal por volta do século IV.   Isto não significa que não haviam tido aceitação inicial por parte das comunidades apostólicas e subapostólicas. Tampouco, o fato de terem sido questionados, em certa época, por alguns estudiosos, é indício de que sua presença no cânon seja menos firme que os demais livros.      Ao contrário, o problema básico a respeito da aceitação da maioria desses livros não era o reconhecimento de sua inspiração divina ou falta de inspiração; mas sim, a falta de comunicação entre o Oriente e o Ocidente a respeito de sua autoridade divina.     São eles: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
Hebreus: foi basicamente a anonimidade do autor que suscitou dúvidas. Por isso, o livro permaneceu sob suspeição para os cristãos do Oriente, que não sabiam que os crentes do Ocidente o haviam aceito como autorizado e inspirado.    Outro fator que influenciou foi o fato de que os montanistas heréticos terem recorrido a Hebreus em apoio a algumas de suas concepções errôneas, o que fez demorar sua aceitação nos círculos ortodoxos.
Ao redor do século IV, no entanto, sob a influência de Jerônimo e Agostinho, esse livro encontrou lugar permanente no cânon.   Tiago: sua veracidade e autoria foram desafiadas. Os primeiros leitores atestaram que era Tiago, irmão de Jesus (At 15 e Gl 1). Todavia, a igreja ocidental não teve acesso a esta informação. Também, houve a questão do aparente conflito com o ensino de Paulo sobre a justificação somente pela fé. No entanto, sua aceitação como canônico baseia-se na compreensão de sua compatibilidade essencial com os ensinos paulinos.
2 Pedro: foi a Carta que mais ocasionou dúvidas quanto à sua autenticidade. Isto se deveu à dessemelhança de estilo com a primeira Carta de Pedro. As diferenças, porém, podem ser explicadas facilmente, por causa do emprego de um escriba em 1 Pedro, o que não ocorreu em 2 Pedro (vide 1 Pe 5:12).   2 e 3 João: o fato do seu questionamento foi porque o escritor se identificou apenas como “o presbítero” e, além da anonimidade, sua circulação foi limitada. Porém, a semelhança de estilo e de mensagem com 1 João, que já havia sido aceita, mostrou ser óbvio que 2 e 3 João vieram também do apóstolo João.
Judas: a confiabilidade deste livro foi questionada por alguns. A contestação se centrava nas referências ao livro pseudepígrafo de Enoque (Jd 14, 15) e numa possível referência ao livro Assunção de Moisés (Jd 9). Porém, suas citações não são diferentes das citações feitas por Paulo de poetas não-cristãos (At 17:28; 1 Co 15:33; Tt 1:12). O que Judas fez foi citar um fragmento de verdade encravado naqueles livros e não dizer que eles teriam autoridade divina. Sua canonicidade foi reconhecida pelos primeiros pais da igreja (Ireneu, Clemente de Alexandria, Tertuliano). O Papiro Bodmer (P72), recentemente descoberto, confirma o uso de Judas ao lado de 2 Pedro, na igreja copta (igreja ortodoxa no Egito) do século III.
Apocalipse: A doutrina do Milenarismo (Ap 20) foi o ponto central da controvérsia, que durou até fins do século IV. Como os montanistas heréticos basearam seus ensinos heréticos no livro de Apocalipse, no século III, a aceitação definitiva desse livro acabou sofrendo uma demora. A partir do momento em que se tornou evidente que este livro estava sendo mal usado pelas seitas, embora tivesse sido escrito por intermédio de João (Ap 1:4; 22:8-9), e não dentre os hereges, assegurou-se o lugar definitivo no cânon sagrado.
C. PSEUDEPÍGRAFOS (falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos.
Durante os séculos II e III, numerosos livros espúrios e heréticos surgiram (escritos falsos). A corrente principal do Cristianismo seguia Eusébio, que os chamou de livros “totalmente absurdos e ímpios”.    Esses livros tem apenas interesse histórico. O conteúdo deles resume-se em ensinos heréticos, eivados de erros gnósticos (seita filosófica que arrogava para si conhecimento especial dos mistérios divinos), docéticos (ensinavam a divindade de Cristo, mas negavam Sua humanidade, alegando que Ele só tinha a aparência de ser humano) e ascéticos (os monofisistas ascéticos ensinavam que Cristo tinha uma única natureza, uma fusão do divino com o humano).    Tais livros revelavam desmedida fantasia religiosa. Evidenciavam uma curiosidade para descobrir mistérios não revelados nos livros canônicos (como onde esteve Jesus dos 12 aos 30 anos).   Eles, em sua maior parte, não haviam sido aceitos pelos pais primitivos e ortodoxos da igreja, nem pelas igrejas, não sendo, portanto, considerados canônicos.
O número exato desses livros é difícil de apurar. Por volta do século XIX, Fótio havia relacionado cerca de 280 obras. Depois apareceram outras.
                                              Alguns Livros Apócrifos da Era Cristã
     • Evangelhos: O Evangelho de Tomé, O Evangelho dos ebionitas, O
Evangelho de Pedro, O Proto-Evangelho de Tiago, O Evangelho dos egípcios, O Evangelho arábico da infância, O Evangelho de Nicodemos, O Evangelho do carpinteiro José, A História do carpinteiro José, O Passamento de Maria, O Evangelho da natividade de Maria, O Evangelho de um Pseudo-Mateus, Evangelho dos Doze, de Barnabé, de Bartolomeu, dos Hebreus, de Marcião, de André, de Matias, de Pedro, de Filipe.
• Atos: Os Atos de Pedro, Os Atos de João, Os Atos de André, Os Atos de Tomé, Os Atos de Paulo, Atos de Matias, de Filipe, de Tadeu.
• Epístolas: A Carta atribuída a nosso Senhor, A Carta perdida aos coríntios, As (Seis) Cartas de Paulo a Sêneca, A Carta de Paulo aos laodicenses (também pode ser considerado entre os apócrifos).
• Apocalipses: de Pedro (também pode ser considerado entre os apócrifos), de Paulo, de Tomé, de Estêvão, Segundo Apocalipse de Tiago, Apocalipse de Messos, de Dositeu. (os 3 últimos foram descobertos em 1946, em Nag-Hammadi, no Egito).
• Outras obras: Livro secreto de João, Tradições de Matias, Diálogo do Salvador. (também descobertos em 1946, em Nag-Hammadi, no Egito).
D. APÓCRIFOS (escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns, mas rejeitados por outros.    Esses livros gozavam de grande estima pelo menos da parte de um pai da igreja. Tiveram, quando muito, o que Alexander Souter chamou de “canonicidade temporal e local”. Haviam sido aceitos por um número limitado de cristãos, durante um tempo limitado, mas nunca receberam um reconhecimento amplo ou permanente.
Eram considerados mais importantes que os pseudepígrafos e faziam parte das bibliotecas devocionais e homiléticas das igrejas primitivas, pelas seguintes razões: revelam os ensinos da igreja do século II; fornecem documentação da aceitação dos 27 livros canônicos do N.T.; fornecem informações históricas a respeito da igreja primitiva, quanto à sua doutrina e liturgia.     São eles: Epístola do Pseudo-Barnabé; Epístola aos coríntios; Homilia antiga (chamada “Segunda epístola de Clemente); O pastor, de Hermas (foi o livro não-canônico mais popular da igreja primitiva); O Didaquê (ou “Ensino dos doze apóstolos”); Apocalipse de Pedro; Atos de Paulo e de Tecla; Carta aos laodicenses; Evangelho segundo os hebreus; Epístola de Policarpo aos filipenses; Sete epístolas de Inácio (este teria sido discípulo de João, mas não reivindica para si autoridade divina).

12.                               Critérios Para Reconhecer a Canonicidade de um Livro
Quatro princípios gerais ajudaram a determinar quais livros deveríam ser aceitos como canônicos:
A. Apostolicidade: foi escrito por um apóstolo, ou, senão, tinha o escritor do livro um relacionamento tal com um apóstolo, de modo a elevar seu livro ao nível dos livros apostólicos? (At 4:13 mostra a credibilidade dos apóstolos).
B. Conteúdo: era o conteúdo de um dado livro de tal natureza espiritual que lhe desse o direito a esta categoria? Esse teste eliminou muitos livros apócrifos ou pseudo-apócrifos.
C. Universalidade: era o livro recebido universalmente pela igreja?
D. Inspiração: mostrava o livro evidência de ter sido divinamente inspirado? Era o teste final. Tudo tinha que cair diante dele.
       Da mesma forma que a apostolicidade é provada, também é provada a canonicidade dos livros do Novo Testamento, tal como se prova a autoria dos renomados escritores mundiais cujas obras trazem seus nomes.
      A consciência cristã, dominada pelo Espírito, discerniu entre o puro e o impuro. Cumpre ressaltar que tal realização não se deve nem à própria Igreja, mas que ela aconteceu obedecendo aos mesmos processos da canonização do Velho Testamento. Isto é, cada livro foi se impondo e falando por si mesmo com suas provas internas e externas até que, em determinado tempo, foi reconhecido pelas autoridades eclesiásticas e pelos Pais da Igreja como possuindo autoridade apostólica, não havendo a intervenção de Concílios.
        Os livros apareceram primeiramente separados, em épocas e localidades diferentes. Foram guardados com carinho pelas Igrejas e aceitos como apostólicos. Eram lidos nas assembléias cristãs, em reuniões devocionais, inspirativas e doutrinárias.      Ao encerramento do N. T. (isto é, ao terminar de ser escrito o livro de Apocalipse, em cerca do ano 96 depois de Cristo) foi reconhecido por TODOS os crentes fiéis que o cânon do N. T. (isto é a coleção de 27 livros que o constituem) estava encerrado para sempre, e incluía o livro do Apocalipse. Claro que, sempre houve, há e haverá um pequeno grupo de descrentes em algum livro, sempre há e haverá os infiéis, os agentes que o Diabo sempre introduz para levantar dúvidas a princípio leves e sutis, depois mais pesadas.
       Algo depois do acima referido encerramento do N. T., tudo isto acima dito (e que sempre foi o consenso entre os crentes fiéis) foi meramente RECONHECIDO e declarado OFICIALMENTE e por TODOS no III Concílio de Cártago, em 397 d.C.
O NOVO TESTAMENTO é canônico, uma vez que todos os seus livros, e somente eles, foram desde o início universalmente reconhecidos como inspirados, porque:
1. Foram escritos pelos apóstolos (ou suas segundas pessoas) (Cl 1:1,2).
2. Foram universal e espontaneamente aceitos (1 Ts 2:13).
3. Foram aceitos pelos “pais da igreja” (filhos ou netos espirituais dos apóstolos, por quem foram ensinados, diretamente. Exemplo: Policarpo, filho na fé de João).
4. Tem conteúdo evidentemente inspirado, edificante, espiritual, harmônico com toda a Bíblia.     É notável o fato de não termos tido interferência da autoridade da igreja na constituição de um cânone; nenhum concílio discutiu esse assunto; nenhuma decisão formal foi tomada. O Cânone do N.T. parece ter se formado sozinho… Lembremo-nos que esta não-interferência de autoridade constitui um tópico valioso de evidência quanto à genuinidade dos quatro evangelhos; pois assim parece que não foi devido a qualquer autoridade adventícia, mas sim a seu próprio peso, que desbancaram todos os seus rivais. (George Salmon – Uma Introdução Histórica ao Estudo dos Livros do Novo Testamento, 1888, pág. 121).     É bom que fique claro, que certos livros do Novo Testamento foram     considerados canônicos independentemente de se conhecer quem os escreveu.
         O exemplo clássico que temos disso é a Carta aos Hebreus. Muitos dos debates que ainda perduram até hoje sobre alguns livros do Novo Testamento, não se ligam à sua canonicidade, mas à sua autoria.
                                                  Isto é a canonicidade da Bíblia
                                   O autor deste conteúdo é: contato@nascidodenovo.org

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Bibliologia - 1º ano teologico - I.T.Q Vespasiano - Alunos de Sábado à tarde e à distância - 2016

                                                         Exercícios resolvidos
                                                       66 curiosidades bíblica
1. Quais os livros da Bíblia que possuem  apenas um capítulo?
R: Obadias, Filemom, II João, III João e Judas.

2. Quais os livros da Bíblia que terminam com um ponto de interrogação?
R: Lamentações, Jonas e Naum.

3. Qual o menor livro da Bíblia?
R: II João (possui somente 13 versículos).

4. Qual o maior livro da Bíblia?
R: Salmos (possui 150 capítulos).

5. Qual o menor capítulo da Bíblia?
R: Salmo 117 (possui 2 versículos).

6. Qual o maior capítulo da Bíblia?
R: Salmo 119 (possui 176 versículos).

7. Qual o menor versículo da Bíblia?
R: Jó 3:2 (possui 07 letras). ?!  João 11:35 ?! Êxodo 20:13 ?!
Depende da versão !

8. Qual o maior versículo da Bíblia?
R: Ester 8:9 (possui 415 caracteres).

9. Quantas palavras a Bíblia contêm aproximadamente?
R: 773.693 palavras.

10. Quantas letras a Bíblia contêm aproximadamente?
R: 3.566.480 letras.

11. Quantos capítulos e quantos versículos a Bíblia possui?
R: 1.189 capítulos, sendo 929 do A.T e 260 do N.T e 31.173versículos, sendo 23.214. do A.T
e 7.959 do N.T

12. Em quais os livros da Bíblia não é mencionado  a palavra Deus?
R: Ester e Cantares de Salomão.

13. Quem foi o primeiro bígamo citado na Bíblia e quais eram os nomes das esposas?
R: Lameque. Ada e Zilá. Gênesis 4:19.

14. Quem foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado?
R: Jabal. Gênesis 4:20.

15. Quem foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta?
R: Jubal. Gênesis 4:21.

16. Quem era rei e sacerdote ao mesmo tempo?
R: Melquisedeque. Gênesis 14:18.

17. Quais são as únicas mulheres cuja idade é mencionada na Bíblia?
R: Sara. Gênesis 23:1.    Ana.  Lucas 2:37

18. Onde lemos na Bíblia de camelos se ajoelhando?
R: Gênesis 24:11.

19. Quais os nomes dos filhos de Abraão?
R: Zinrá, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque, Sua (filhos de Quetura), Isaque (filho de Sara) e Ismael (filho de Hagar). Gênesis 25:2, Nove.

20. Qual a mãe que recebeu um salário para criar o seu próprio filho?
R: Joquebede, mãe de Moisés. Êxodo 2:8,9,10.

21. Qual o nome do homem acusado por sua esposa de derramar sangue?
R: Moisés. Êxodo 4:24,25.

22. Qual o sobrinho que se casou com a sua tia?
R: Anrão, pai de Moisés. Êxodo 6:20.

23. Onde se lê na Bíblia que as águas, por serem amargas, não serviam para consumo, porém tornaram-se doces depois?
R: Êxodo 15:23,24,25.

24. Onde se encontra a lei, por meio da qual um escravo ganhava liberdade por perder um dente?
R: Êxodo 21:27.

25. Onde se lê na Bíblia que os israelitas foram advertidos para obedecerem a um Anjo?
R: Êxodo 23-20,21.

Números
26. Qual o rei teve os seus inimigos abençoados pelo profeta que ele tinha chamado para os amaldiçoar ?
R: Balaque, rei de Moabe. Números 22-5,6,12 + Números 23:11,12.

27. Qual o cavaleiro que teve o seu pé imprensado contra o muro?
R: Balaão. Números 22:25.

28 - A Bíblia se divide em duas partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. Tem 66 livros, sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento.

29- O Salmo 119 tem, em hebraico, 22 seções de oito versículos. Cada uma das seções inicia com uma letra do alfabeto hebraico, de 22 letras. Dentro das seções, cada versículo inicia com a letra da seção.

30- Que "o caminho de um sábado" era o caminho permitido no dia de sábado; a distância que ia da extremidade do arraial das tribos ao tabernáculo, quando no deserto, isto é, cerca de 1.200 metros.  - O capítulo 19 de II Reis é igual ao 37 de Isaías.

31- No livro Lamentação de Jeremias, os capítulos 1, 2 e 4 têm versículos em número de 22 cada, compreendendo as letras do alfabeto hebraico. O capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, em hebraico, a mesma letra do alfabeto.

32- A Menor Bíblia - A menor Bíblia existente foi impressa na Inglaterra e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso exemplar da Bíblia mede 4,5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura. Apesar de ser tão pequenina, contém 878 páginas, possui uma séria de gravuras ilustrativas e pode ser lida com o auxílio de uma lente.

33- A Maior Bíblia - A maior Bíblia que se conhece, contém 8.048 páginas, pesa 547 quilos e tem 2,5 metros de espessura. Foi confeccionada por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de trabalho ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1 metro de altura, em cuja superfície estão gravados os textos.

34- Vamos Ler a Bíblia ? A Bíblia contém 31.173 versículos e 1.189 capítulos. Para sua leitura completa, são necessárias 49 horas, a saber, 38 horas para a leitura do Velho Testamento e 11 horas para a do Novo Testamento. Para lê-la audivelmente, em velocidade normal de fala, são necessárias cerca de 71 horas. Se você deseja lê-la em 1 ano, deve ler apenas 4 capítulos por dia.

35- Tradução: Você sabia que das 2.000 líguas e dialetos falados no mundo, cerca de 1.200 já possuem a Bíblia ou textos bíblicos traduzidos?

36- O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.;

37- Ao comparar as diferentes cópias do texto da Bíblia entre si e com os originais disponíveis, menos de 1% do texto apresentou dúvidas ou variações, portanto, 99% do texto da Bíblia é puro. Vale lembrar que o mesmo método (crítica textual) é usado para avaliar outros documentos históricos, como a Ilíada de Homero, por exemplo;

38- É o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 11 milhões de exemplares na versão integral, 12 milhões de Novos Testamentos e ainda 400 milhões de brochuras com extratos dos textos originais;

39- Foi a primeira obra impressa por Gutenberg, em seu recém inventado prelo manual, que dispensava as cópias manuscritas em 1450.

40- A divisão em capítulos foi introduzida pelo professor universitário parisiense Stephen Langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de Cantuária pouco tempo depois e falecido em 1228. A divisão em versículos foi introduzida em 1551, pelo impressor parisiense Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus;

41- A Bíblia foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica;

42- Com exceção de alguns textos do livro de Ester e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes;

43- A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur;

44- Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento (sem a inclusão dos apócrifos) estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional;

45- A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e iniciou-se com D. Diniz (1279-1325); Logo após,temos João ferreira de Almeida que traduziu para o portugues entre 1676 e 1681 e por ter falecido em 1691 parou em Ezequiel 41:21. Em 1516 em amsterdã na Holanda  foi impresso todo o N.T . Em 1819 foi publicada pela sociedade bíblica britanica em Londres toda a Biblia.

46- A primeira citação da redondeza da terra confirmava a idéia de Galileu, de um planeta esférico. Bastava que os descobridores conhecessem a bíblia. (Isaías 40:22)

47- Davi, além de poeta, músico e cantor foi o inventor de diversos instrumentos musicais. (Amós 6:5)

48- O tio e a tia de Jesus se tornaram "crentes" na sua pregação antes de sua crucificação. (Lucas 24:13:18, João19:25)

49-O nome "cristão" só aparece três vezes na Bíblia. (Atos 11:26, Atos 26:28 e I Pedro 4:16)

50- A "Epístola da Alegria" , a carta de Paulo aos Filipenses, foi escrita na prisão e as expressões de alegria aparecem 21 vezes na epístola.

51- Quem dá aos pobres, empresta a Deus, e Ele lhe pagará. (Provérbios 19: 17)Dito popular!

52- O trânsito pesado e veloz, os cruzamentos e os faróis acesos aparecem descritos exatamente como nos dias de hoje. (Naum 2:4) Escatologia

53- A mensagem através de "out-doors" é uma citação bíblica detalhada. (Habacuque 2:2)

54- Quem cortou o cabelo de Sansão não foi Dalila, mas um homem. (Juízes 16: 19)

55- O nome mais comprido e estranho de toda a bíblia é Maersalalhasbas - filho de Isaias.
(Isaías 8:3-4)

56- Você sabia que a palavra fé é encontrada apenas quatro vezes no Antigo Testamento?
(Hc 2:4; Jz 9:16, 9:19; e 1Sm 21:5)

57- Você sabia que a palavra "DEUS" aparece 2.658 vezes no V.T. e 1.170 vezes no N.T. num total de 3.828 vezes?

58- Há na Bíblia 177 menções ao diabo em seus vários nomes.

59- O maior versículo é no livro de Ester capítulo 8 versículo 9.

60- Os livros de Ester e Cantares de Salomão não possuem a palavra DEUS.

61- A expressão "Assim diz o Senhor" e equivalentes encontram-se cerca de 3.800 vezes na Bíblia.

62- A Vinda do Senhor é referida 1845 vezes na Bíblia, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no
Novo Testamento.

63- A Palavra "Senhor" é encontrada na Bíblia 1.853 vezes e "Jeová (YHVH)" 6.855 vezes.

64- A expressão "Não Temas!" é encontrada 366 vezes na Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano!

65- No Salmo 107 há 4 versículos iguais: 8, 15, 21 e o 31.

66- Todos os versículos do Salmo 136 terminam da mesma maneira.